domingo, 22 de novembro de 2009

Manifesto das Crianças


Crianças do mundo inteiro, uni-vos!
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Nesse mundo de dor/sorriso a esperança de Leo são as crianças. Acredita, como Nietzsche, que é nelas que está a possibilidade de um novo tempo. Por isso, agora que voltou à universidade, a pedagogia que estuda e professa é a da libertação.Hay que escolarizar-se, pero sín perder la ternura jamás”, diz, parafraseando Che, com aquele seu risinho mineiro.
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Crítico da escola, busca no seu fazer cotidiano encontrar respostas para uma nova educação, que não formate, que não oprima, que não mate a criança interior. Por isso, inventou um (ante) manifesto, que está em construção. “Ele foi inspirado no Manifesto Comunista, de baixo pra cima. Eu entendo a importância que aquele manifesto teve naquele período histórico, mas penso que hoje devemos contemplar em nossos corações as indignações para o despertamento da Criança Interior, capaz de fazer a verdadeira revolução, talvez a única possível: a de nossos próprios corações, que se entenderão uns com os outros nas dimensões em que interagimos".
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Dividimos com todos essas idéias, para que comunguem e retornem. O manifesto não está pronto. Precisa de ti! Da tua criança... Então? Avante!!! “Esse 'manifestarmos' quem somos, apesar de tudo o que nos quer "apagar", é a fonte de inspiração desse Manifesto das Crianças: mãos em festa, em obra, escarafunchando a Terra, acariciando um rosto, enxugando uma lágrima, dando-se à outra mão/Criança para passear junto pelos campos. *
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Trecho:
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(...) Crianças, que seus corações estejam abertos para compartilhar a riqueza de idéias e ideais de cada um. Que o futuro seja construído a partir de seus sonhos de ventura. Repartam, de mãos cheias de alegria, os abraços e cuidados para com tudo e todos. Construam, assim, seu mundo novo. As flores e os frutos deste jardim são abundantes. Juntem suas mãos para colher mil buquês, façam suas cestas para depois irem repartir estas alegrias plantadas e descobertas. Repartam este jardim aos outros, chamem mais crianças para brincar, que estes campos são para todos. Unam-se.
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Deixem os bancos enfadonhos das escolas que transformam as crianças em peças de máquinas, e dispersem-se pelos canteiros em busca do que aprender com seus novos amigos. Ah, crianças, abram suas asas da imaginação para tocarem-se e repartirem o que têm aprendido. Subam às árvores, iniciem hoje este processo de compartilhamento destes sonhos.
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(...) Ah, crianças, que as manhãs de seus sonhos façam cair os véus das antigas e tristes noites de quando seus sonhos lhes foram retirados. Sejam corajosas, vivam seus ideais, despertem da sonolência que lhes foi imposta pelos contadores de uma história que lhes tirou a dignidade e os finais felizes. Em cinco pétalas e palavras: acordem, brinquem, vivam, realizem, sonhem.
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Sorriam ao compartilharem suas flores, sentem-se à grama e recriem seus brinquedos. Inspirem as outras crianças adormecidas a brincarem também. Quando elas ouvirem suas gargalhadas saberão que podem se juntar à brincadeira e realizarem as vontades de sua imaginação. Crianças, um mundo despedaçado em ruínas espera sua chegada para que novas formas de viver em alegria recrie a beleza para as futuras estações.

Um tempo de pás, de baldes, de regadores, enxadas, foices e martelos para que sejam derrubadas todas as cercas, muros e portões que as separavam de seus sonhos.

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Crianças do mundo inteiro, uni-vos!
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* Texto publicado na Revista Pobres & Nojentas impressa, 2005, na apresentação da Declaração de Amor aos Direitos das Crianças (1986), pelas Jornalistas Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu. Blog das Pobres & Nojentas: http://pobresenojentas.blogspot.com
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Primeira versão da Declaração de Amor aos Direitos das Crianças (1986), sempre em construção: http://www.ciadapaz.blogspot.com/
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Fotomontagem com bonecos Legos de: Descartes, Nietzsche, Marx, Engels, Lenin, Che Guevara, Gorky, Carles Chaplin, Francisco de Assis, Van Gogh, Einsten, Gandhi e Pelé.

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